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9 de maio de 2004

Folha de São Paulo
08/05/2004 - 21h20
Maçonaria quer "humanizar a globalização"
da France Presse, em Santiago

A necessidade de "humanizar a globalização" foi o tema dominante na Sétima Conferência Mundial de Grandes Lojas Maçônicas concluída neste sábado em Santiago, no Chile.

Ainda que o debate tenha se desenvolvido a portas fechadas, em meio ao habitual clima de reserva que caracteriza a organização, os participantes de 80 países destacaram a necessidade de resgate do humanismo e dos valores éticos tradicionais, segundo fontes ligadas ao encontro.

Em relação a este assunto, a Maçonaria tentará desempenhar um papel ativo neste começo do século 21, ante os avanços do terrorismo, do consumo de droga e de outros males que afetam a sociedade moderna, incluindo as conseqüências de desigualdade e da "brecha tecnológica" que se projeta com a globalização.

"Nossa grande conclusão é a de que vamos trabalhar por humanizar a globalização", disse o grande mestre da loja do Chile, Jorge Carvajal, numa concisa análise da conferência que começou quarta-feira passada.

"Já estamos comprometidos com o trabalho que realizaremos, por meio da influência que possamos exercer em organismos nacionais e internacionais", precisou Carvajal, apesar de que nesse tipo de encontros não existam conclusões nem recomendações públicas.

Em meio a uma crescente globalização, acelerada pelos avanços da tecnologia, existem no mundo 880 milhões de analfabetos que não podem receber os benefícios da "Era do Conhecimento", segundo o diagnóstico dos mestres maçons.

O presidente chileno Ricardo Lagos, que interveio na cerimônia inaugural, destacou os riscos da globalização e assinalou a necessidade de se criar instituições multilaterais para regular os avanços do processo. "Crio que é esse o grande desafio do século 21", disse Lagos.

Na conferência de Santiago participaram a Confederação Maçônica Interamericana, a Conferência de Grandes Lojas Européias e outras organizações, desenvolvendo a mesma linha das seis reuniões mundiais realizadas no México, Portugal, Estados Unidos, Brasil, Espanha e Índia.