Pesquisar este blog

16 de outubro de 2002

Longe de mim querer condenar ou julgar alguém, mas fui plantonista em Pronto
Socorro cirúrgico por 3 anos, e sei muito bem como jovens morrem.

Se qualquer um de vcs acha que tem o "corpo fechado", pois saibam que não
tem. A vida é muito frágil e o que a separa da morte é uma tênue linha,
facilmente ultrapassada.

Devo ter visto mais de 100 jovens morrerem em acidentes de carro ou com
armas. Posso dizer que quase 100% tiveram um fator motivador: drogas e/ou
álcool.

Lembram a história do DeMolay que morreu em Curitiba? Pois leiam a história.
Foi publicada hoje na Gazeta do Povo, o maior jornal do Paraná:


TRAGÉDIA-Estudante de 16 anos perdeu controle do automóvel que dirigia em
alta velocidade

Acidente mata quatro adolescentes

Único sobrevivente foi salvo por motorista de expresso que passava pelo
local
Quatro adolescentes morreram carbonizados e um ficou ferido em um acidente
de trânsito, no início da madrugada de ontem, na Avenida João Gualberto,
Alto da Glória, em Curitiba. O carro onde estavam, um Renault Mégane prata,
placas AKC 6645, colidiu contra um poste de iluminação pública e se
incendiou. O veículo era dirigido pelo estudante G.R.M.C., 16 anos, único
sobrevivente do acidente, salvo pelo motorista de um ônibus que passava pelo
local. Até o início da noite, ele continuava internado no Hospital
Evangélico.

Os quatro passageiros do carro morreram na hora. Eram os estudantes Rodrigo
Castro Arruda, 16 anos, Thiago Augusto da Silva Magalhães, 17 anos, Rafael
Martins Ferrari, 17 anos, e Jaques Eduardo Bordin, 18 anos.

A colisão aconteceu pouco depois da meia-noite, em frente ao Colégio
Estadual do Paraná. O carro com os cinco adolescentes ia no sentido
bairro-Centro. Segundo testemunhas, o Mégane estava em alta velocidade. O
motorista perdeu o controle do veículo, bateu com a roda direita no meio-fio
e foi arremessado contra um poste. Com a batida, o carro "abraçou" o poste;
alguns fios de alta tensão se soltaram e caíram sobre ele.

No momento do acidente, o oficial de justiça Ismair Kuckert, 67 anos, estava
em seu apartamento, no sétimo andar do prédio em frente ao Colégio Estadual.
"Ouvi o estrondo da batida e logo fui à janela ver o que havia acontecido.
Antes, não ouvi nenhum barulho de freada", conta. Segundo ele, assim que
olhou para a rua, o veículo começou a se incendiar. "Acredito que o fogo
tenha sido causado pelo fio de alta tensão que se soltou do poste e encostou
no carro", diz.

O que Kuckert viu em seguida foi um ato de heroísmo do motorista de um
ônibus expresso da linha Santa Cândida-Capão Raso, que passava pelo local.
"Ele parou o veículo, correu até o carro e, mesmo com as chamas, cortou com
uma faca o cinto de segurança do motorista", afirma o oficial. Ajudado por
porteiros de edifícios vizinhos, o motorista do ônibus conseguiu retirar G.
R. M. C. de dentro do Mégane. Em relação aos quatro passageiros do carro,
nada pôde ser feito. O Corpo de Bombeiros levou quase quatro horas para
retirar os corpos das vítimas de dentro do veículo incendiado.

Com queimaduras nas costas, G. R. M. C. foi levado pelo Siate para o
Hospital Evangélico. Antes, testemunhas afirmam que ele teria tentado fugir
do local do acidente. Além disso, teria dito que não era ele que estava
dirigindo o veículo. "Os comentários eram de que ele parecia embriagado",
afirma Ismair Kuckert.

Segundo parentes das vítimas, antes do acidente os estudantes estavam na
casa de um colega do Colégio Santa Maria, onde estudavam. O Renault Mégane
pertenceria aos pais do amigo. No meio da noite, os cinco teriam pego o
carro escondido para dar uma volta. Não foi esclarecido quem é o
proprietário da casa onde os meninos estavam e de quem era o veículo.

Abraços
Marcelo Brito
Médico
DeMolay Alumni: o ontem, hoje, por amanhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

.'.
Pode criticar, opinar, sugerir, enfim, se manifestar. Mensagens que sejam apenas ofensivas serão removidas. Obrigado!